quarta-feira, 17 de junho de 2009

Que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca

porque metade de mim é o que eu grito, a outra o que eu calo.
Over, acabou tudo que eu queria que acabasse. Agora, dezessete de junho do ano de 2009, são exatamente vinte e duas horas e quarenta e quatro minutos e eu cheguei até aqui pela inércia. A semana passada foi massante pra minha cabeça, pro meu corpo e nenhuma felicidade aquietava o meu espírito, essa semana tá sendo pior. Mas não deveria ser assim, já que adcabou tudo o que eu queria que acabasse, mas não começou nada do que eu queria que começasse, não chegou a mão, o peito, o ombro, a boca que da qual eu queria ouvir num tom doce e suave algo sobre "me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém afim de te acompanhar, me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém afim de te acompanhar". É, talvez só o Marcelo Camelo diria isso, e só diria. Sinto-me solta e vazia, como uma bexiga de gás hélio que aos poucos sobe e ninguém, talvez nem Deus saiba onde ela vai parar, ou quando. Me sinto sozinha. Fake people around me. Peco pela sinceridade, pela franqueza. O objetivo de muitas pessoas é um dia conseguirem ser verdadeiras com as outras, o que é uma puta contradição, porque bem aventurados são aqueles que conseguem ouvir a voz da experiência ou a voz de uma crítica atoa, sem esboçar nenhum grunido de desaprovação, e mesmo que não esboçe, sente. Bem aventurados. Me restam duas opções: paro de ser franca e digo o que me passa na cabeça com toda sinceridade, ou digo verdades convenientes pra agradar as pessoas e volto a ser a pessoa suja e embaçada, de quem eu custei a me livrar. É questão de razão ou emoção? Espero que seja razão, pois minha razão é mais sadia e confiável do que minhas emoções. "Quem é muito vulnerável perde, filha.." é o que o meu pai sempre dizia e eu nunca quis ouvir. Sou muito vulnerável. Qualquer notícia me abala o coração, qualquer pessoa consegue me magoar com a facilidade de estalar os dedos. Qualquer solidão me leva a pensar em suicídio, qualquer traição me leva a pensar em homicídio. Eu não sei esperar, eu nunca soube esperar. Espero que o tempo passe, espero que a semana acabe.. espero que esse um mês e treze dias de férias me faça pensar e me tornar um ser humano melhor pros outros, e principalmente pra mim. Quero a reciprocidade, por mais doído que isso seja.. reciprocidade é muito mais que amor ao outro, é amor próprio. E sabe, eu tenho amor próprio, se não tivesse não estaria me preocupando nem escrevendo esse texto gigante no meu blog que ninguém lê só pra desabafar com essa pagina em branco, com detalhes em azul e laranja que não vai me corrigir, vai ficar constantemente e paralisadamente prestando atenção e receber de braços abertos tudo que eu tenho pra falar. Tô tensa, tô muito tensa com a minha vida. Tô sentindo as pessoas que eu amo escapando pelas minhas mãos, e o pior é não saber se eu ainda as amo tanto assim. Sinto falta das coisas que perdi, do lugar onde eu nasci, dos colégios que estudei. Meus amigos vão sem se despedir, e ele já não me faz sorrir. Isso não é ser pra baixo, é justamente querer o melhor pra si. E eu quero o melhor pra mim. Que a minha vida fique melhor, que os meus preconceitos caiam pernas abaixo, que os preconceituosos e hipocritas tenham conciencia do quão imaturos estão sendo, que a minha unha do dedo mindinho cresça logo, que ele me responda, que tudo seja flores e harmonia. Que a paz de criança volte ao meu coração e que minha loucura seja perdoada, pois tudo que eu semeio, que eu creio, que eu desejo, que eu busco é amor, porque o amor vai sempre ser amor, em qualquer lugar. Se um dia me perguntarem por que estou estudando, por que estou trabalhando, por que eu me esforço, por que por que por que.. porque eu quero ser feliz, a única coisa que resta à uma mulher inundada de emoções. São exatamente vinte e três horas e oito minutos, e eu ainda estou aqui pela inércia.

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